Sei lá…
Pense numa discussão inútil.
Já ouvi e vi alguém indignado em ser
chamado de motoqueiro e exigir o tratamento de “motociclista”.
O que será isso?
Auto afirmação, preconceito ou
babaquice?
Ambos utilizam a motocicleta, certo?
Uns para o ganha-pão, outros para
diversão e entretenimento.
Maravilha!
Todos iguais perante o meio eleito: a
motocicleta.
Parece que algo vai além da opção
escolhida.
Cilindradas?
Hummmm….parece que agora a coisa
pegou.
Então, caímos numa condição financeira
e não espiritual.
Bem, a condição financeira é para
quem precisa, por algum motivo.
A condição espiritual sobre duas
rodas é condição sublime, é opção pelo modo de encarar sua própria existência.
Usar a motocicleta para meios
ilícitos não é coisa de motociclista ou de motoqueiro.
É coisa de marginal que se apropria
de uma condição.
Coisa bem diferente de motoqueiros e
motociclistas que veneram e respeitam sua comum condutora, a motocicleta.
Parece uma diferença de castas: o
motoqueiro entrega a pizza e o motociclista a degusta em segurança com seus
familiares.
Diferenças de uma cultura incipiente
de um sistema em crise na busca de uma identidade social.
Assim, o motociclista é o ideal e o
motoqueiro é fato.
O motoqueiro é real, de carne e osso,
enquanto o motociclista é onírico e ideal.
A realidade é humana e temos que
encará-la.
Afora os sublimes ideais, a
motocicleta é matéria palpável e falho é o seu condutor.
Fica o discernimento e suas
intenções.
De minha parte, sigo minha condição
de roqueiro, macumbeiro e motoqueiro.
E que as duas rodas sejam fatores
para unir e não para separar.
A estrada é a nossa casa é rock and
roll é o nosso hino.
E que a fé de cada um seja
respeitada.
Escrito por Gério Vieira